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Saúde Ocular por Drª. Fátima Neri, coordenadora médica do Instituto de Cegos da Bahia

A visão é o mais importante sentido do ser humano, pois é o que traz mais informações do meio ambiente. Cerca de 80% das informações que recebemos são obtidas por seu intermédio. Assim, os olhos merecem uma atenção especial através de visitas regulares ao oftalmologista para uma avaliação completa, que inclui uma anamnese detalhada, exame externo, aferição da acuidade visual (longe e perto), refração, biomicroscopia do segmento anterior, exame de fundo de olho e medida da pressão intraocular.

A visão é o mais importante sentido do ser humano, pois é o que traz mais informações do meio ambiente. Cerca de 80% das informações que recebemos são obtidas por seu intermédio. Assim, os olhos merecem uma atenção especial através de visitas regulares ao oftalmologista para uma avaliação completa, que inclui uma anamnese detalhada, exame externo, aferição da acuidade visual (longe e perto), refração, biomicroscopia do segmento anterior, exame de fundo de olho e medida da pressão intraocular.

Esta avaliação é muito importante, pois é uma forma de prevenção de complicações que possam levar à deficiência visual. Doenças como hipertensão e diabetes podem provocar o aparecimento de retinopatia, que se não for detectada podem levar à perda irreversível da visão. Desta forma, esses pacientes requerem um acompanhamento constante.

Alguns sintomas são indicativos de problemas visuais e, quando presentes, deve-se procurar o oftalmologista para avaliação. Entre os sintomas, tem-se: dor nos olhos súbita ou persistente; visão dupla ou turva; diminuição da acuidade visual, olhos secos e com hiperemia conjuntival, desvio ocular, visão de flashs ou pontos flutuantes, fotofobia (dor nos olhos ao contato com a luz), mancha branca na pupila, inchaço nas pálpebras, etc.

A visita regular ao Oftalmologista deve ter início ao nascimento, sexto mês de vida e após, de forma regular, anualmente. Caso a criança apresente um desvio ou um erro refrativo, este deve ser corrigido para que ocorra um bom desenvolvimento visual e não prejudique o desenvolvimento escolar e cognitivo desta criança.

Considerando os modernos equipamentos neonatais, crianças prematuras extremas estão sobrevivendo e, assim, ocorrendo um aumento do número de crianças com deficiência visual cortical. Estas crianças prematuras necessitam de acompanhamento especializado por um oftalmologista na unidade neonatal. Assim, é fundamental a primeira consulta do prematuro com um mês de vida e depois semanalmente ou quinzenalmente, devendo permanecer o acompanhamento até a completa vascularização da retina.

Ressalta-se que as crianças prematuras extremas e com baixo peso ao nascer podem apresentar Retinopatia da Prematuridade e se não forem diagnosticadas e tratadas podem levar a um descolamento de retina.

Além disto, todos os recém-nascidos que apresentam algum fator de risco, como anóxia, sorologias positivas para toxoplasmose ou citomegalovírus, síflis congênita e prematuros extremos, também devem ser avaliados pelo oftalmologista e acompanhados no Follow Up no primeiro ano de vida.

Algumas patologias congênitas apresentam erros refrativos elevados (miopia, hipermetropia e astigmatismo) e também merecem uma avaliação ao nascimento e orientações. Dentre elas, merecem destaque o albinismo óculo cutâneo, síndrome de Marfan, distrofias retinianas etc. A prescrição óptica e o estimulo visual adequados, com a imagem em foco na retina, fará com que a criança desenvolva a sua visão além de favorecer o seu desenvolvimento global.

O acompanhamento com oftalmologista deve continuar ao longo da vida, mesmo que a pessoa não apresente sintomas oculares. Algumas doenças, como o glaucoma (que pode levar a cegueira), tumores , catarata e retinopatias podem ser detectadas precocemente e tratadas , evitando perdas visuais severas.

Na faixa etária a partir dos 60 anos faz necessário um acompanhamento anual, pois existem algumas doenças relacionadas ao envelhecimento, que prejudicam a saúde ocular do idoso, como catarata, glaucoma, retinopatia diabética, hipertensiva, presbiopia, e degeneração macular relacionada a idade (DMRI). A degeneração macular acomete a mácula, área central da visão e responsável pela discriminação de detalhes. Nos estágios iniciais a DMRI podem não ter sintomas, porém quando o quadro progride, começam a aparecer manchas e distorções no campo visual central. Geralmente se um olho é afetado, o outro desenvolverá a doença.

Hábitos saudáveis como uma dieta equilibrada e rica em vitaminas, castanhas, peixes e alimentos ricos em luteína e zeaxantina e não fumar contribuem para um risco menor de ter DMRI. Além disso, quanto mais cedo a DMRI for detectada e tratada, maior a chance de preservação da visão central. Por isso é importante o acompanhamento períodico com o oftalmologista, principalmente se houver casos na família.

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